quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Sobre a perfeição

Perfeição! Quantos não a buscam?! Ao longo de toda a nossa vida, buscamos a perfeição em tudo: na nossa forma de se comportar, na nossa situação financeira (a famosa “estabilidade”); e condenamos aqueles que não seguem aquilo que nós julgamos o “modelo perfeito de ser humano”. Mas será que esse modelo realmente existe?

Todos os homens necessitam se tornar cada vez melhores, isso é um fator psicológico, presente em nós desde os primórdios da evolução humana, quando ainda não éramos racionais e, assim como qualquer outro animal, o mais forte ficava com a melhor porção de comida, o melhor abrigo e etc. Buscamos ser os melhores, os mais fortes, e adoramos nos gabar por isso (mesmo que apenas dentro de nossa mente). É importante ressaltar que tudo isso é um processo inconsciente, e portanto, ninguém o faz de maneira a estar ciente de que se acha melhor que os outros.

Mas o que acontece quando o ser humano descobre que ele não consegue ser perfeito? Fácil! Ele passa a se gabar por coisas tolas; tentar rebaixar o trabalho do outro para dizer que o seu é mais importante e mais sofrido. Nada disso é feito de maneira maquiavélica, o que quer dizer que quando fazemos isso, acreditamos na nossa própria mentira.

A psicologia explica esse processo como uma defesa da mente contra a depressão (quem não prefere acreditar que é o melhor e mais nobre dos homens, ao invés de apenas mais um dentre muitos?), e não importa o quanto tentemos ser perfeitos nesse ponto buscando a modéstia (olha a mania de perfeição de novo), sempre haverá momentos em que não seremos capazes de reconhecer que não somos os donos da verdade.

É preciso portanto que sempre estejamos atentos a nosso próprio comportamento, a ponto de fazermos um julgamento mais justo de nos mesmos. Ouvir a opinião do outro sempre é uma boa forma de se fazer isso, já que muitas vezes é muito difícil reconhecermos o erro em nós mesmos. Aceitar esse erro também é difícil, mas sempre vale a pena tentar. Afinal, é muito melhor encarar os próprios problemas de frente (não só aqueles que são externos a você, mas também aqueles que estão dentro de você) ao invés negá-los, e assim permitir que eles possam fazer mal a outras pessoas e a si próprio.

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